Fichamento - Reflexões sobre a revolução em França - Edmund Burke
Edmund Burke, em seu livro Reflexões sobre a revolução em França, escreve a um fidalgo francês, expondo suas críticas aos recentes acontecimentos na França.
Burke inicia sua exposição nos apresentando à Sociedade da Revolução, organização inglesa que, em troca da importância que a Assembléia Nacional da França concedia a seus membros, propagava na Inglaterra seus princípios.
O autor, então, segue, contrapondo a idéia de Richard Price, pastor e filósofo inglês, simpatizante da revolução francesa, de que o povo inglês havia adquirido três direitos fundamentais e indissociáveis com a Revolução inglesa: o direito de escolher nossos governantes, de depô-los por indignidade e o direito de estabelecer um governo para nós mesmos.
Em relação ao primeiro princípio, intitulado “O direito de escolhermos nossos governantes”, Burke refuta o suposto direito, mencionando a Declaração de Direitos, estatuto escrito pelo parlamento inglês, aonde, segundo ele, não consta uma só palavra que sustente essa afirmação. O autor ainda ressalta o momento da Revolução Gloriosa, e o usa como prova de que a nação inglesa não era favorável ao estabelecimento de um rei pela eleição – ao estabelecer que o rei teria obrigatoriamente que seguir a religião anglicana, o rei Jaime II foi deposto e em seu lugar ficou sua filha, seguindo a linha de sucessão dos membros protestantes da família. A sucessão hereditária é um dos pontos principais da tese de Burke. Para o autor, ela caracteriza a saúde da Constituição britânica: “a unidade, a paz, e a tranqüilidade deste reino dependem inteiramente, sob Deus, de uma regra fixa, na sucessão de seus soberanos”. (pág.59)
Sobre o segundo princípio, o direito de depor os governantes por indignidade, também nos é apresentado pelo autor um posicionamento contrário. Para ele, tal direito trata-se de uma questão de guerra muito mais que um direito constitucional, visto que raramente poderá ser