FICHAMENTO PLAT O
No Livro I da República Sócrates dialoga com outras personagens a respeito da definição de justiça. É importante ressaltar como Platão mostra a imagem dos sofistas, através de Trasímaco, personagem do diálogo que mais debate com Sócrates.
O diálogo se inicia em um festival religioso à deusa Bendis. Sócrates se encontra com Céfalo e Polemarco que o convencem a descer ao Pireu. Neste primeiro momento, Céfalo fala a Socrates sobre os limites da idade avançada, a pacificação das paixões, a moderação dos sentimentos, o usar dos bens materiais sensatamente, a proximidade da morte e o despertar de um reexame da própria vida.
A questão da justiça surge quando Céfalo expressa suas crenças religiosas, contrárias à religião tradicional de Atenas. Para ele, a alma é imortal e será punida ou recompensada no Hades. Aquele que cometeu mais injustiças será mais atormentado pelo além, enquanto o justo será recompensado. Dessa forma, Platão busca representar como a sociedade era, até então, influenciada pelos poetas e pelos mitos.
Quando questionado sobre o que seria a justiça, Céfalo assume que ser justo é fazer o bem, dizer a verdade e pagar o que se deve. Sócrates refuta, dizendo que ninguém afirma que seria justo restituir a um amigo enlouquecido as armas que tivesse recebido dele enquanto ainda estava em perfeito juízo.
Polemarco entra no diálogo afirmando que justiça seria fazer o bem aos amigos e o mal aos inimigos. Porém, tal atitude está sujeita a equívocos, uma vez que um homem pode julgar mal quem são amigos ou inimigos. Os dois discorrem sobre a utilidade da justiça, que parecia para Sócrates ser inútil para quem não faz guerra. Polemarco diz que a justiça pode ser útil em tempos de paz, como, por exemplo, em contratos comerciais. A seguir, ambos concluem