Fichamento Michel Beaud
Pag 18 a 29. Assim que a sociedade feudal é formada, ela já começa a se decompor por vários meios, como por exemplo, o recomeço da atividade comercial, o desenvolvimento do trabalho livre e a formulação de uma burguesia comerciante. É nesse momento de esfacelamento do feudalismo, que o capitalismo mercantil começa sua formação. Para o autor a “longa marcha” para o capitalismo (citação pág 19) se configura em duas etapas. A primeira se caracteriza pela conquista da América e pela grande quantidade de ouro e prata que lá foram encontradas e trazidas para os países colonizadores. A abundância de metais preciosos nesses países, levou ao aumento dos preços, devido a alta da inflação. Quando essa grande quantidade de ouro e prata foi diluída, houve uma variação menor dos preços, porém, em contrapartida, os salários aumentaram muito lentamente, a ponto de durante o século XVI, o salário real baixar 50%. Diante desse quadro, eclodem revoltas da população mais carente, o que resulta no lançamento de éditos pelos monarcas. Nessa época surgiu a ideia de que “a má moeda expulsa a boa” (citação pág 23). Era uma tese na qual os agricultores, intermediários, exportadores, estrangeiros, mercadores e usuários foram responsabilizados pela pobreza que assolava a França, Inglaterra e Espanha. Os idealizadores dessa ideia deram pouco destaque para as “elevações monetárias” , o que foi refutado por J. Bodin. Ele dizia que “a causa principal e quase única da alta dos preços era a abundância de ouro e prata que hoje é maior do que nunca foi durante os quatro séculos anteriores (...)” (citação pág 24). Essa análise, apesar de mais condizente com a realidade, escondia o luxo dos reis e da nobreza, o custo de guerras e o encargo do endividamento. Outra ideia amplamente disseminada no século XVI e pouco compatível com a anterior era a de que a grande quantidade de ouro e prata era a responsável pela riqueza do reino. Por esse