Fichamento livro O diario de Pesquisa
AUTORES: JOAQUIM GONÇALVES BARBOSA E REMI HESS
ISBN: 978-85-7963-009-3
EDITORA: LIBER LIVRO
ANO: 2010
PREFÁCIO
Pág. 8:
[...] Uma questão fundamental ainda para a fenomenologia é a impossibilidade de se pleitear o conhecimento fora dos âmbitos existenciais; assim a pensar se estabelece sobre o ser, evidenciando-o.
É preciso também dizer de uma fenomenologia que, ao conceber o real como perspectival, não passa a pregar um vazio em termos de um a priori perceptivo. Ao perceber o fenômeno, tem-se que há um correlato e que a percepção não se dá num vazio, mas em um estar-com-o-percebido. Ir-às-coisas-mesmas é a experiência fundante do pensar fenomenológico, faz parte de seu rigor.
Págs. 8/9:
É significativo que seja destacado que a percepção do fenômeno é sempre um processo de copercepção, há uma região de copercebidos. Sujeitos e fenômenos estão no mundo-vida com outros sujeitos, copresenças que percebem fenômenos. Nesses termos, a coparticipação de sujeitos em experiências vividas permite partilhar compreensões, interpretações, comunicações, conflitos et.
Pág.9:
Habita nesse processo incessante de interação simbólica a esfera da intersubletividade, a instituição intersubjetiva das realidades humanas. Nesse sentido, a verdade é uma desocultação que se dá na esfera da construção intersubjetiva do que é real.
Quanto à essência do fenômeno, jamais pode ser entendida como pureza última e definitivamente dada, até porque isso não existe, mas, como queria Husserl, o alcance do autenticamente vivido, das raízes daquilo que é vivenciado. A essência (eidos) de que trata a fenomenologia não é idealidade abstrata dada a priori, separada da práxis; ela se mostra no próprio fazer reflexivo.
[...] Para Merleau-Ponty, a descrição ou o discurso, como expressividade do sujeito, é a prova da existência do sujeito, é o modo de o sujeito expressar sua experiência; ela é dotada de significados da