Fichamento Historia da Vida Privada
“NO MOSTEIRO, O PRIVADO EXEMPLAR
Entretanto, podia-se ver com estes olhos, na terra, réplicas da morada paradisíaca.
Eram os mosteiros beneditinos, que pretendiam ser sua projeção neste mundo...” (p. 52)
“Enquanto se expandia a renascença carolíngia, enquanto o imperador Luís, o Piedoso, concluía a reforma monástica, aplicando fielmente o modelo beneditino, um esquema teórico foi desenhado entre 816 e 830. Ele representa o arranjo exemplar do espaço cenobítico: falo do célebre plano de Sankt Gallen, traçado em escala, acompanhado de uma legenda, em cinco pergaminhos costurados. Ele foi enviado, sem dúvida, pelo bispo de Bâle ao abade Gozbert, que se preocupava em reconstruir a abadia. Teórica, com efeito, por sua vontade de correspondência estreita com as harmonias universais, orientada, construída sobre os eixos do mundo, em perfeito equilíbrio aritmético, a épura repousa sobre um módulo de base de quarenta pés, formando a nave da igreja a fundação de toda a composição. Pois no coração desse organismo se mantém a igreja, ponto de articulação entre a terra e o céu: nesse lugar opera-se a ligação com o paraíso, quando a comunidade ali se reúne para cumprir sua função maior, cantar os louvores de Deus no uníssono do coro angélico. Ao sul do espaço litúrgico está estabelecida a residência da fraternidade. Suas disposições são semelhantes às da villa da Antiguidade...” (pp. 52-54)
“Vê-se que uma tal organização pretende refletir as estritas hierarquias da corte celeste. No centro está o lugar de Deus, o santuário; à sua direita, no prolongamento do lucanário norte do transepto, o do abade, isolado; chefe da família, ele é guindado, só, a um plano superior; à esquerda do Todo-Poderoso, no terceiro escalão, está situado o corpo da parentela, os filhos, todos irmãos, todos iguais, os monges, homólogos dos anjos, formando como estes uma milícia, uma guarnição mantida por um serviço doméstico ligado a seu