Fichamento: Em defesa da Psicanalise
“Desde 1973, os programas oficiais de ensino de filosofia no secundário incluem o inconsciente na lista das noções e Freud na dos autores. A senhora utiliza isso como um argumento de fato para afirmar que, doravante, podemos considerar a psicanálise como parte da filosofia, e que isso e evidente.[...]” pág 201
“[...] Freud descartou efetivamente a dimensão filosófica, porque seu modelo era a ciência. Ele primeiro quis calcar a psicanálise nas ciências biológicas, e precisamente sobre o evolucionismo darwinista, sonhando fazer da psicanálise uma ciência da natureza. Porem, ao mesmo tempo, muito rapidamente, abandonou esse modelo. Ficou dividido entre esse desejo de cientificidade e a filosofia' , que foi, sua referencia. Ora considerava a filosofia um sistema paranóico, ora ela 0 fascinava.[...]” pág. 204
“[...] [Freud] dizia claramente que, no dia em que a clinica matasse a pesquisa, não haveria mais psicanálise. No sentido de que, se não houvesse avanços teóricos puros, independentemente da clinica, numa reflexão que se articulasse as outras ciências - entre elas, as ciências humanas (0 que hoje chamamos assim) -, não restaria mais nada da psicanálise.[...]” pág 205
“[...] 0 que a psicanálise mostrou foi à singularidade de uma experiência subjetiva que coloca 0 inconsciente, a morte e a sexualidade no cerne da alma humana. 0 inconsciente freudiano repousa nesse paradoxo de um sujeito livre que perdeu o domínio de sua interioridade, que, dependendo da formula usada, decerto não é mais” senhor em sua própria casa “. 0 sujeito freudiano é livre, dotado de uma razão que vacila no interior de si mesma. É um ser falante capaz de analisar a significação de seus sonhos, de se rememorar e explorar sua subjetividade, de se confrontar com 0 recalcamento e 0 conflito interno, de trabalhar seu determinismo inconsciente para dele se emancipar. Ele não é nem a maquina comportamental