Fichamento do texto “Uma Abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia”, de autoria do Prof. Dr. Kabengele Munanga
O autor inicia o texto estabelecendo o conceito etmológico de raça, que significa sorte, categoria, espécie. Afirmando que, como a maioria dos conceitos, o de raça tem seu campo semântico e uma dimensão temporal e especial. No latim medieval, o conceito de raça designava descendência, linhagem, um grupo de pessoas com ancestral em comum. A palavra foi usada pela primeira vez em 1684, quando o frânces François Bernier empregou o termo raça para classificar a diversidade humana em grupos fisicamente contrastados, denominados raças. Nos séculos XVI-XVII o conceito de raça passa a atuar nas relações entre classes sociais.
Segundo o autor, “o conceito de raças “puras” foi transportado da Botânica e da Zoologia para legitimar as relações de dominação e de sujeição entre classes sociais (Nobreza e Plebe), sem que houvessem diferenças morfo-biológicas notáveis entre os indivíduos pertencentes a ambas as classes.”
A conquista da América e das Índias colocou em cheque os conceitos de humanidada até então estabelecidos. Quem eram aqueles que viviam nas novas terras e divergiam da população européia? Os ameríndios, negros, melanésios eram humanos, ou apenas animais?
Inicialmente, critérios teológicos foram usados para justificar a “superioridade” branca, extraindo-se textos das bíblia. Quando o teocentrismo deu espaço ao etnocentrismo, argumentos de ordem biológica foram utilizados para legitimar a suposta superioridade branco sobre as demais “raças”.
O autor segue fazendo uma análise sobre os