Fichamento de Literatura de Portuguesa II
O Homem do Renascimento (Agnes Heller) e História e Discurso n’Os Lusíadas (Jacinto do Prado Coelho):
No texto de Agnes Heller são expostas as transformações da Renascença italiana que influenciaram aos poucos a percepção dos pensadores e escritores ocidentais sobre o homem. A autora começa observando a visão estática que se tinha do homem na Antiguidade, estaticidade que se impunha devido aos limites tanto sociais quanto individuais da época, para então citar o Cristianismo medievo como fator de dissolução destas limitações mais concretas e terrenas, uma vez que este se constituía de objetivos e desejos mais subjetivos. No entanto esta ideologia cristã ainda apresentava seus próprios limites ao Homem, que entre o pecado original e o Juízo Final, tinhas suas possiblidades diminuídas.
No Renascimento, conceituado como um processo social transformador de todas as esferas, desde as econômicas e sociais até às culturais, surgiu um conceito dinâmico do homem. Neste conceito o homem tem sua própria história de desenvolvimento, assim como a sociedade. Em História e Discurso n’Os Lusíadas, destaca-se a estética do elevado e do verídico defendida por Camões n’Os Lusíadas como uma expressão deste momento, no qual o homem se livra dos limites antes impostos e estende seu olhar para o mundo, observando-o e dirigindo-o.
Esta nova atitude do homem com as coisas que o cercam, segundo Agnes Heller, é resultado da evolução do capitalismo, que, mesmo em seus primórdios, tinha capacidade de destruir as relações entre o indivíduo e a sociedade, desestruturando as hierarquias pré-estipuladas da sociedade medieval e tornando possível que o indivíduo ascenda de uma classe social para outra. O homem já não queria mais permanecer preso nos limites da sociedade conforme o capitalismo se desenvolve e encontrava-se numa nova posição em que atuava, sentia e pensava sobre o mundo e sobre si mesmo.
Sermões: o modelo sacramental (org. Alcir