Fichamento Certo
GONÇALVES, José Reginaldo: “Teorias antropológicas e objetos materiais”. In: Gonçalves, José Reginaldo. Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios. Rio de Janeiro, 2007. pp. 13- 42.
Palavras chave: Antropologia, colecionismo, objetos etnográficos, museu, cultura imaterial, símbolos, patrimônios culturais, produção, evolucionismo, coletivo, autoconsciência.
I. Os antropólogos e seus objetos
A familiaridade e convivência, das pessoas, com os objetos fazem com que esses percam sua aura simbólica. Em contrapartida, esses mesmos objetos cotidiano são necessários para que haja o entendimento de qualquer forma de vida social ou cultural. O exercício corriqueiro de se observar artefatos e relaciona-los, nem sempre foi o centro do estudo dos antropólogos enquanto tema específico de descrição e análise. No final do século XIX e início do século XX, na categoria de “objetos etnográficos”, foram alvo de colecionamento, classificação, reflexão e situavam no macro contexto da história da humanidade. Então, deixaram de ser alvo apenas dos catálogos etnográficos e passaram ocupar também os museus, ilustrando as etapas de evolução do homem. O objetivo destes era narrar a história da humanidade desde suas origens, reconstituindo esse longo caminho até chegar ao que entendiam como o estágio mais avançado do processo evolutivo: as modernas sociedades ocidentais.
II. A antropologia pós-Bosiana
Franz Boas, em 1896, formulou uma crítica às teorias evolucionistas difusionistas, declarando que os antropólogos esqueciam-se de questionar os empregos e significados na conjunção de cada sociedade e cultura onde foram produzidos e utilizados os artefatos, pensando apenas em sua relação com seus macro esquemas de evolução e transmissão. Foi então o foco de descrição e análise dos objetos materiais foi alterado, (de suas formas, matéria e técnicas de fabricação) para os seus usos e significados e as relações sociais em que estão