fichamento almeida
Esta tese trata das políticas governamentais de educação profissional do MEC e do TEM desenvolvidas durante a década de 90 no Brasil (p.vii).
A reformulação do sistema de educação profissional, ocorrido no Brasil na década de 90, foi impulsionada por um duplo movimento. De um lado, as mudanças ocorridas no mundo do trabalho, a partir do processo de reestruturação produtiva, que se traduziram em um crescente questionamento acerca do modelo de educação profissional até então vigente, colocando-se em xeque sua capacidade de fazer frente à nova realidade. Tais mudanças, muitas das quais amplamente apoiadas no uso de Tecnologias de Informação (TI), colocaram novas demandas para a qualificação dos trabalhadores e, em conseqüência, para o ensino e a formação profissional (p.1).
Os novos padrões de organização do trabalho e da produção alteraram não só os conteúdos do trabalho e as qualificações envolvidas, como também modificaram a forma de utilização da força de trabalho. O mercado de trabalho passou a valorizar mais os trabalhadores que, além do domínio técnico de suas atividades, fossem capazes de assumir uma atitude mais propositiva e colaborativa, trabalhando em equipe, demonstrando iniciativa e prontidão para o contínuo aprendizado. Simultaneamente, para aqueles trabalhadores afetados pela redução do emprego industrial e do emprego assalariado, colocou-se a necessidade de capacitá-los tanto a enfrentar mudanças intersetoriais de ocupação quanto a desenvolver e gerir novas atividades que lhes possibilitassem gerar renda em um contexto de crescentes níveis de desemprego (p.2).
Um bom nível de educação e de formação profissional passou a ser considerado não apenas essencial para a melhoria do nível de vida da população em geral, mas também estratégico