Fichamento 3
Instituto de Ciências Politicas
Teoria Politica Moderna - Turma E
Aluno: Valdeci Pereira de Farias Junior - 12/0043114
LUTERO, Martinho - Sobre a Autoridade Secular. Segunda Parte. 1ªed. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
Na segunda parte do livro o autor estabelece as fronteiras da autoridade secular, fazendo uma interessante análise e condenação da Santa Inquisição. Segundo Martin Luther se alguém, príncipe ou bispo, impuser às almas leis feitas pelos homens não há possibilidade delas se efetivarem. Às almas caba apenas leis divinas, não é possível dar ordens onde não se tem autoridade. Após acusar o papa e os bispos de esquecerem a Palavra de Deus em nome das possessões materiais, o autor reafirma o caráter pessoal da religião dizendo que a "heresia é uma coisa espiritual, não pode ser abatida pelo aço, queimada pelo fogo ou afogada na água. Unicamente a Palavra de Deus pode [triunfar] aqui" (Lutero: 1995, 51), ou seja, "ninguém pode se tornar um cristão verdadeiro pela coerção." (Lutero: 1995, 35)
Em "De que modo um príncipe deve exercer a autoridade secular", a terceira e última parte da obra, o autor lança seu olhar critico sobre o território intelectual de seu contemporâneo Nicolau Maquiavel, ao prescrever como deve agir o príncipe. Com certeza de uma forma muito diferente do "Príncipe Italiano", já que o alemão deseja um governo altruísta e cristão, regido pelo pensamento de que "pertenço ao povo e à terra; devo fazer o que é vantajoso para eles [súditos]." (Lutero: 1995, 60) Em sua receita de governo Luther acreditava ainda que o governante precisa assumir o risco de atribuir cargos, (mas a confiança só é possível em Deus), e que se deve tomar cuidado quanto ao modo pelo qual se emprega a justiça, pois ela requer cautela e sabedoria. Curiosamente, o próprio autor demonstra sua incredulidade em relação ao verdadeiro príncipe, considerado uma ave rara no paraíso.
Um ponto ainda merece destaque e esclarecimento, devido