ficha sobre o tombamento de ouro preto
O TOMBAMENTO DE OURO PRETO
Os modernistas e a “descoberta” de Minas
Sabemos que as Cidades Históricas de Minas Gerais são tombadas pelo Patrimônio Histórico Brasileiro. Mas, quem foi responsável por isso? Quem determinou que aqueles edifícios, ruas, igrejas, eram importantes para a memória brasileira?
Um grupo de artistas e intelectuais na década de 1920 tiveram importante papel neste processo. Eles faziam parte do movimento conhecido como “modernismo”.
A declaração abaixo, de Tarsila do Amaral, expressa esse desejo de ‘brasilidade’ presente no movimento, que impulsiona os artistas a buscarem símbolos e referências que consideram genuinamente brasileiras:
“Sinto-me cada vez mais brasileira: quero ser a pintora da minha terra. Como agradeço ter passado na fazenda a minha infância toda. (…) Quero, na arte, ser a caipirinha de S. Bernardo, brincando com bonecas de mato.”
(Trecho da carta escrita por Tarsila aos pais em 1923. In: Aracy Amaral, Tarsila: sua obra e seu tempo, Editora 34: São Paulo, 2003. p.101)
Foi este desejo de encontrar o Brasil que fez com que os modernistas viajassem até Ouro Preto na década de 1920. O texto que segue, publicado em 2007 pelo historiador Caion Natal, explica um pouco sobre os objetivos desta viagem.
As Minas de Mário
Em junho de 1919, Mário de Andrade chegava a Minas Gerais pela primeira vez. Com o fito de buscar as origens de um gênio artístico autenticamente brasileiro, Mário segue a Minas para contemplar e estudar as construções civis e religiosas da cidade de Ouro Preto. Baseado nessa viagem, Mário publica um estudo denominado “A arte religiosa no Brasil”. Procurando flagrar os primeiros indícios de uma arte brasileira genuína, Mário de Andrade elege, a partir deste artigo, os conjuntos arquitetônicos baiano, carioca e principalmente o mineiro, destaque para Ouro Preto e as obras de Aleijadinho, como os legítimos representantes do que seriam as primeiras manifestações artísticas