Ficha do artigo “Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Capítulo I: da linguagem e da carne.” LAQUEUR, Thomas.
Todo o trabalho pode ser considerado uma excelente exemplificação, a partir da história da ciência, de como os conceitos de gênero (de manera muito esquematica, diferenças sociais e culturais atribuídos a indivíduos com base no seu sexo) e sexo (diferenças naturais, biológicas) são construídas historicamente, articular e influenciam-se mutuamente.
O autor revela através de uma variedade de fontes médicas, principalmente sobre reprodução e sexualidade, a mutabilidade das explicações científicas que constroem o sexo como categoria natural e biológicas, formando um quadro histórico da Grécia clássica através do Renascimento e do Iluminismo, e demonstrando que ao longo da história "quase tudo que se queira você dizer sobre sexo tja contém em si uma reivindicação sobre o gênero” (Laqueur 2001:23). Ou o que é o mesmo, que o conhecimento científico gerado sobre a diferença sexual é profundamente influenciado por as relações assimétricas de poder entre homens e mulheres próprias de um sistema social de dominação masculina.
O autor identifica duas fases na história das representações científicas do sexo, ou dito de outra forma, identifica dois modelos conceptualitzantes no processo de construção do corpo.
A primeira fase, “sexo unico" (masculino) ou modelo unisexo, existente desde a antiguidade, segundo o qual as mulheres são essencialmente homens,