Fazer o resumo de um texto consiste em destacar as suas principais ideias e as suas articulações, de modo a fazer aparecer a unidade do pensamento do autor. É o objectivo principal das leituras exploratórias, sendo, portanto, o resultado normal do trabalho de leitura. Ouve-se por vezes dizer que há quem tenha «espírito de síntese», como se se tratasse de uma qualidade inata. É evidentemente absurdo. A capacidade para redigir bons resumos é, também ela, uma questão de formação e de trabalho e, uma vez mais, esta aprendizagem pode ser muito facilitada e acelerada por um bom enquadramento e por conselhos adequados. A qualidade de um resumo está directamente ligada á qualidade da leitura que o precedeu. E, o que é mais importante, o método de realização de um resumo deveria constituir a sequência lógica do método de leitura. Será desta forma que iremos aqui proceder. Voltemos então à nossa grelha de leitura e tornemos a ler o conteúdo da coluna da esquerda, que se refere às ideias do texto. Postos em sequência, estes nove pequenos textos formam um resumo fiel do texto de Durkheim. Mas, neste resumo, as ideias centrais do texto não se distinguem das outras. Qualquer que seja a sua importância relativa, cada uma beneficia, por assim dizer, do mesmo estatuto que as suas vizinhas Além disso, as articulações que Durkheim estabelece entre elas não aparecem claramente. Em suma, falta uma estruturação das ideias, imprescindível para reconstituir a unidade do pensamento do autor e a coerência do seu raciocínio. O verdadeiro trabalho de resumo consiste precisamente em restituir esta unidade, acentuando as ideias mais importantes e mostrando as principais ligações que o autor estabelece entre elas. Para o conseguir é preciso considerar igualmente o conteúdo da coluna da direita, onde anotámos explicitamente informações relativas à importância e à articulação das ideias, como, por exemplo, «Projecto: ...», «Estabelecimento dos factos», «Primeira explicação possível», etc. A partir