FHTM1
No que tange a um entendimento mais amplo da sociedade, o discurso é essencialmente doutrinário e apologético. Tendo por base o pensamento católico europeu – em sua vertente mais direitista – e, principalmente, as encíclicas papais, esse discurso se antepõe ao comunismo totalitário e à ordenação social do liberalismo, incapaz de resolver o problema das classes subalternas.
No plano da metodologia e técnicas, também não se observa por parte dos profissionais, um trabalho de teorização e adaptação à realidade brasileira. A tônica será a do serviço social de casos individuais; só muito mais tarde se começará a pensar na organização e desenvolvimento de comunidade, e isto também a partir de influência externa.
Verifica-se a partir do discurso dos assistentes sociais, a existência de um projeto teórico de intervenção nos diversos aspectos da vida do proletariado, tendo em vista a reordenação do conjunto da vida social.
A incorporação da força de trabalho feminina e infantil, as migrações ocasionadas pela transformação da agricultura, as transformações técnicas da produção industrial, tem por conseqüência a existência de um imenso exército industrial de reserva – vivendo em condições sub-humanas – e permitindo que o preço da força de trabalho possa ser depreciado de seu valor. Neste quadro, a reprodução da força de trabalho ativa – da mesma forma que a daqueles, total ou parcialmente ocupados, componentes do exército industrial de reserva – só pode realizar-se parcialmente sob a forma valor. Torna-se necessária a complementação de sua subsistência.
O componente da formação religiosa dos profissionais e de sua vocação mística de um apostolado social constitui, por sua vez, elemento essencial de