feyi
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Nos últimos 15 anos, a gaúcha Marcopolo, uma das maiores fabricantes de ônibus do mundo, empreendeu um audacioso programa de internacionalização com a instalação de fábricas em cinco países -- Argentina, Colômbia, México, Portugal e África do Sul. Todas elas obedeciam a um único modelo de produção: a empresa fabricava os componentes na matriz, em Caxias do Sul, e os enviava desmontados às unidades. Lá, os funcionários limitavam-se a receber os kits e a montá-los. Durante uma década e meia, o sistema baseado nos baixos custos de produção brasileiros foi um sucesso. Mas o câmbio no país virou e outras economias emergentes passaram a viver dias mais competitivos. Foi a senha para que o motor produtivo da Marcopolo começasse a emperrar e a ceder espaço no mundo a concorrentes internacionais. A empresa viu minguar, por exemplo, suas encomendas para o Oriente Médio, que até 2004 eram de 1 000 ônibus por ano. Neste ano, elas mal chegaram a 100. "Ficou difícil competir com outros fabricantes, especialmente da Ásia", diz José Rubens De La Rosa, principal executivo da Marcopolo. "O modelo antigo se esgotou."Um novo passo precisava ser dado caso a empresa quisesse continuar a ser um exemplo de companhia brasileira globalizada. Diante disso, os executivos da Marcopolo resolveram reformular - e intensificar - sua estratégia de internacionalização. Os ônibus e as peças antes exportados pela matriz brasileira agora serão produzidos no exterior por parceiros estratégicos. O critério utilizado para a escolha deles foi relevância e conhecimento do mercado local. Na Índia, o eleito foi o grupo Tata, um dos maiores conglomerados industriais do país e líder no mercado de ônibus. Na Rússia, a escolha recaiu sobre a Ruspromauto, maior montadora nacional de veículos pesados. A idéia por trás do novo modelo é descentralizar ao máximo o processo de fabricação da Marcopolo. Com isso, a empresa espera uma dramática redução de custos. O frete para despachar um ônibus montado para a Índia