ferro
A esmagadora maioria dos compostos com ferro possui este metal nas formas Fe(II) e Fe(III), correspondentes, respectivamente, aos estados de oxidação +2 e +3. Estas formas podem ser encontradas em compostos como os óxidos FeO, Fe3O4 e Fe2O3. O primeiro (FeO) é um pó negro bastante reactivo, o segundo (Fe2O3) tem uma grande importância comercial e o terceiro (Fe3O4) é fortemente magnético.
Para além dos óxidos puros mencionados, o ferro pode participar em óxidos mistos. Por exemplo, as ferrites, de forma geral MIIFeIII2O4, têm grande aplicação industrial, quer como núcleos para transformadores de alta frequência, em memórias de computadores, ou em ímans permanentes.
Os estados de oxidação Fe(II) e Fe(III) podem ainda ser encontrados numa grande variedade de compostos e estão associadas às formas iónicas do ferro, Fe2+ e Fe3+, em solução aquosa. O ião Fe2+ é facilmente oxidado a Fe3+ mas a coordenação de ligandos ao ferro pode alterar radicalmente o potencial redox do ião, podendo estabilizar o estado de oxidação 2+.
A formação de aquo-complexos de Fe2+, que ocorre em soluções aquosas na ausência de outros grupos que se possam coordenar ao ferro, dá origem ao ião [Fe(H2O)6]2+ que apresenta uma cor clara azul-esverdeada. Este complexo também está presente em alguns sólidos, sendo um bom exemplo o FeSO4.7H2O, cuja fama remonta ao século XIII, na sua utilização como corante verde para o vidro ou o sal de Mohr ((NH4)2SO4FeSO4.6O), introduzido em análise volumétrica como agente redutor padrão por K.F. Mohr em 1850.
Podem obter-se sais ferrosos (contendo o ião Fe2+) com a maior parte dos aniões comuns, incluindo com todos os halogenetos. A química destes sais é muito condicionada pela facilidade com que o ião Fe2+ se oxida a Fe3+, o que