Fernando Pessoa
Cada abraço que hoje senti, tornou-me forte, torno-me batalhadora de novo, e pensei que se alguma vez se me voltasse ao sofrimento, irei pedir que antes disso tenha sido feliz.
Tu deixas-me escorrer as lagrimas, deixa-me sozinha no meu canto, deixa-me lutar contra mim mesma, mesmo que a vontade seja atingir quem menos merece, porque cada vez acho mais que eu não sou a pessoa que todos imaginam, sou uma pessoa fraca, na qual, ninguem conhece.
Porque não voltas para ao pé de mim, e dizes me amas, como antes fazias,porque crescemos, e perdemos quem menos esperamos.
Porque foste e não voltas-te? Quando pintávamos juntos, e me abraçavas e dizias que eu era como uma princezinha, momentos nunca esquecidos, na tasca contigo, na qual eu ia buscar tudo o que eu precisava a pessoa que não tinha, e tu acabas-te por ir, tambem, porque foram os dois?
A culpa sera de quem? Irei dizer ao mundo inteiro a pessoa sabia que tu eras, não me chegavas a ser nada, mas eras tanto.»
« Foste palco de sonhos e segredos. Não moras mais aqui, nem vou lembrar, aconteceu quando os planetas e os ventos nos fizeram dar em troca o teu olhar.
P'ra quê voltar se torna tudo outra vez? Aconteceu comigo, vai acontecer contigo, talvez. Fico à noite acordado até te sentir chegar. Coração no firmamento e os meus sonhos no mar. Alvoradas ao luar, madrugadas sem saber, o teu corpo na praia, o mar a resplandecer. Só de olhar para o teu rosto me apetece gritar, há tantas coisas para dizer, mil palavras pra falar.
Sofia, Sofia, amanheceu já é dia. A névoa que vi no rio era terra e tudo ardia....
Foste a outra margem, ninguém te viu passar. A voz de deusa por inventar, se não medes a distância,