Fernando Pessoa-Modernismo
Contexto histórico
Antecedentes
Pessoa, antes da revista Orpheu, esteve envolvido com o Saudosismo de Pascoaes e foi um admirador do Simbolismo de Camilo Pessanha, além de admirador também de Cesário Verde.
Simbolismo: movimento literário que revive o gosto “o gosto romântico do vago, do nebuloso, do impalpável; (…) visão pessimista da existência, cuja efemeridade é dolorosamente sentida; temática do tédio e da desilusão; distanciamento do Real. (…) O Simbolismo radica num espiritualismo, numa ânsia de absoluto, cujo reverso é o ódio a este mundo vulgar e tangível.” (Jacinto P. Coelho).
Saudosismo: movimento nacionalista e tradicionalista, que advogava um ressurgimento de Portugal. Procurava fazer do passado glorioso do País o alicerce para um futuro grandioso. A Saudade é o “sangue espiritual da Raça”.
Decadentismo: “Liga-se ao cansaço duma civilização que se julga estar no ocaso, ao tédio, à busca de sensações novas, mais intensas, fruídas no extravagante, no mórbido, nos requintes da forma.” (Jacinto Prado Coelho) Tem relações estreitas com o simbolismo. Em 1916, Montalvor, poeta de Orpheu, escrevia: “Somos os descendentes do século da Decadência. Vamos esculpindo a nossa arte na nossa indiferença. A vida não vale pelo que é, mas pelo que dói… Só a Beleza nos interessa.”
Tendências modernistas
Paulismo: corrente modernista influenciada pelo Simbolismo (presença do vago, do simbólico...) e pelo Decadentismo (expressão do tédio, do paul interior, do anseio de outra coisa, de um vago além).
Sensacionismo: Considera que “a única realidade da vida é a sensação” e procura exprimir a intensidade do sentir. “A arte, na sua definição plena, é a expressão harmónica da nossa consciência das sensações; ou seja, as nossas sensações devem ser expressas de tal modo que criem um objeto que seja uma sensação para os outros.” (F. Pessoa, Páginas íntimas e de auto-interpretação)
Futurismo: Pretende exprimir a dinâmica da vida