Fernando Diniz
Em 1949, Fernando Diniz passa a frequentar a Seção de Terapêutica Ocupacional, dirigida pela Dra. Nise da Silveira. Na primeira oportunidade de ter em mãos os materiais de trabalho – papéis, tintas e pincéis – Fernando preenche os dois lados de largas folhas de papel.
Mas, assim que se oferece oportunidade de expressão, pode-se verificar que a pulsão criativa permanece presente e se lança rumo à consciência, em longos movimentos de idas e vindas num processo de re-estruturação...
Essa tendência, no entanto, também supõe um movimento de projeção, no qual o sujeito transfere para o mundo externo conteúdos de grande carga emocional, caracterizando o objeto como vivo, cheio de atividade, podendo interferir na vida do homem. Com a finalidade de se proteger da autonomia concedida aos objetos, ocorre um refluxo da energia psíquica de volta ao sujeito que se protege do mundo aterrador por intermédio das formas abstratas.
A pintura funciona como um meio eficaz para Fernando separar imagens do tumulto de emoções e percepções, de conteúdos subjetivos e objetivos. O ambiente acolhedor do ateliê de pintura favorece a livre expressão de