Felizmente há luar! - intemporalidade e simbolos
Simbologia do titulo:
“Felizmente há luar” é uma frase proferida por duas personagens de mundos diferentes: * D. Miguel, símbolo do poder, no ato II, 131 * Matilde, símbolo da resistência à tirania, no ato II, 140
Em Felizmente Há Luar! há diversos símbolos que favorecem a compreensão da situação vivida e a esperança da liberdade:
Luar
Para D. Miguel, o luar proporciona uma perspectiva assustadora à fogueira para aterrorizar todos aqueles que pretendem lutar pela liberdade, transmitindo um efeito de exemplar das execuções para aqueles que ousam desafiar a autoridade dos Governadores, como que uma ameaça. A noite é assustadora e contrasta com as chamas, o que com a luz do luar, são chamativas para as pessoas da cidade, sendo como que um convite para assistirem ao castigo.
Para Matilde, o luar fornece uma maior intensidade ao fogo, essa intensidade simboliza coragem e força de um homem que morreu pela liberdade e, por isso, o luar torna-se símbolo da revolta contra a opressão.
No geral a lua representa a dependência, a renovação e a transformação, devido à sua ausência de luz própria e da existência de fases lunares. Também é considerada símbolo da passagem da morte para a vida, sendo este símbolo associado às três noites que cada ciclo lunar tem de escuridão e o seu ressurgimento depois do escuro.
Fogo
A fogueira tem um carácter redentor, simboliza a purificação, a morte da “Velha Ordem”, a vida e o conhecimento. Depois do “incêndio devastador, destruidor e purificador” vem o renascimento e a vida que estão associados à conquista da liberdade. O Fogo traduz a chama ardente que continua viva e a fé na liberdade que esperam chegar.
Matilde: “Julguei que isto era o fim e afinal é o princípio. Aquela fogueira, António, há-de incendiar esta terra!” – Ato II, 140
Na perspectiva dos governadores o fogo simboliza a morte, a destruição, o castigo de todas as tentativas do povo em lutarem contra a opressão e