felipe
Nunca se falou tanto sobre planos de mudança de brasileiros para o exterior. O turismo internacional, intenso nos últimos anos, apresentou aos viajantes o néctar da civilidade.
Famílias de diversos níveis de renda têm feito contas para jogar tudo para o alto, em busca de uma vida menos sofrida, menos violenta, menos insegura e com mais perspectivas para seus filhos. Não é um decisão fácil, pois os componentes desses planos não são apenas racionais.
Ao fazer as contas, deduzimos que, com bem menos do que ganhamos aqui, vivemos melhor lá.
Deixando as contas de lado, é preciso fazer uma análise qualitativa dos aspectos emocionais da mudança. Uma família conseguiria viver muito tempo sem aquilo que lhe é familiar? Amigos, parentes, hábitos de fim de semana, nossa música e idioma, nosso histórico profissional e educacional? Não se deve desprezar que, em outros países, enquadramo-nos apenas na categoria de latinos, sujeitos a toda sorte de preconceitos – incluindo bullying de nossos filhos na escola.
ENTRE A BARBÁRIE DOS INCENDIÁRIOS E A CIVILIZAÇÃO
A cada dia que passa, fico mais convencido de que há alguma coisa errada, muito errada com o Brasil de hoje. Praticamente todos os dias, acontece um ato de violência social por ai ─ da queima de ônibus na periferia a invasões de shopping centers; da transformação do Ceagesp de São Paulo em praça de guerra a barricadas erguidas nas estradas com pneus em chamas; de passeatas contra a Copa do Mundo a quebra-quebra generalizado na hora do rush.
Diante dos acontecimentos dramáticos que se sucedem no país desde junho do ano passado, quando uma onda de manifestações levou milhões de pessoas às ruas, a impressão é de que o Brasil de hoje é um país em convulsão social, uma panela de pressão pronta para explodir pelo menor motivo a cada momento.
Hoje, tudo, absolutamente tudo, torna-se alvo de contestação e violência, principalmente por parte de grupelhos de ativistas radicais e de