FELICIDADE NO ANTIGO REGIME
“As convenções de estilo, as formas de intercambio social, o controle das emoções, a estima pela cortesia, a importância da boa fala e da conversa, a eloquência da linguagem e muito mais – tudo isso é inicialmente formado na França dentro da sociedade de corte, e depois, gradualmente, passa de caráter social para nacional.” (ELIAS, 1993, p. 54)
Rousseau em “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” dizia: “Poderia esquecer essa preciosa metade da república que faz a felicidade da outra, e cuja doçura e sabedoria mantém nesta paz e as boas maneiras?
Depois, continua, “Amáveis e virtuosas cidadãs, o destino de vosso sexo será sempre o de governar o nosso. Sede sempre, pois, o que sois: as castas guardiãs dos costumes e os doces liames da paz, e continuem a fazer valer, em todas as ocasiões, os direitos do coração e da natureza em proveito do dever e da virtude.”
Assim versa o texto a partir do qual temos uma clara visão da concepção que se tinha do feminino entre os iluministas. Ainda enquanto representantes ideológicos do progresso. O mesmo se repete nas palavras de Diderot1, que em tom de subestimação vê as mulheres como “crianças bem extraordinárias”.
A principal tese do filósofo é a de que a natureza não lhes foi tão generosa, de modo que as fez frágeis – do ponto de vista físico,