Feira livre: a linguagem como estratégia de venda
[...] A feira livre é um lugar público, muitas vezes descoberto, onde se expõem e se vendem mercadorias, sobretudo, legumes e frutas, sendo realizadas em dias fixos, e é considerada pela população como o meio mais barato e acessível de adquirir gêneros alimentícios. (ANDRADE; PINHEIRO, SILVA, 2008).
A feira livre é uma atividade praticada há tempos pela humanidade. Nela estão presentes contextos sociais, culturais e econômicos que se dilatam na história e se estendem aos dias atuais. Cheia de sons, cores, movimentos e aromas, a feira sobreviveu à supremacia dos supermercados e é o item preferido na hora de escolher os produtos mais frescos e com maior variedade. O Mercado Central de frutas e legumes de João Pessoa é o alvo dessa pesquisa, que pretende observar e relatar a comunicação presente entre feirantes e clientes e analisar suas formas orais e imagéticas, usadas nas estratégias de vendas – a propaganda.
[...] Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma postura singular e viável. (MINTZBERG; QUINN, 2001, P.21)
Há, na feira, diversas formas de comunicação popular, onde as linguagens se manifestam de maneira contextual. Vamos buscar, analisar e entender essas formas – visuais e orais – usadas como estratégia pelos feirantes, que demonstram ter “lábia” para conquistar o cliente, usando expressões (corporais, visuais e orais) que chamem a atenção do freguês e os façam comprar.
A propaganda que se faz através da comunicação é criada sob a perspectiva das relações de compra e venda. Os discursos usados não são apenas signos destinados a serem decifrados e compreendidos - pelos clientes. São também signos de riqueza a serem avaliados, apreciados e signos de autoridade a serem acreditados e obedecidos. Desse modo, a pesquisa visa proporcionar uma exploração ao discurso dos sujeitos analisados, capturando os processos da fala, numa abordagem exploratória preenchida com entrevistas,