Fazedor de Velhos
Mas Rodrigo não decepcionou. Como diz o título do primeiro capítulo, o livro "começa sem a gente perceber".
O primeiro capítulo nos apresenta as origens literárias de Pedro, nas quais não faltam versos apresentados e narrados pelo próprio personagem. E essa influência é clara logo na primeira frase: "Eu não me lembro direito quando meu pai e minha mãe começaram a me enfiar livros garganta abaixo".
Em seguida acontece o primeiro encontro de Pedro com um velho misterioso, ainda aos 16 anos, no aeroporto, quando Pedro já dá sinais de toda a sua criatividade. Um novo encontro ocorre em sua festa de formatura. No momento em que Pedro tem sua primeira decepção amorosa, ele também descobre que o professor palestrante é na realidade o mesmo homem misterioso do aeroporto e se chama Nabuco.
Pedro inicia a faculdade de História, mas logo depois entra em crise, por não ter certeza de sua vocação.
Em busca das respostas que precisa, seu destino cruza novamente com Nabuco, e a partir de uma sequência de testes que o professor o submete, além de uma nova paixão, ele vai descobrindo essas respostas.
Como o próprio Nabuco diz à Pedro, ele é um homem de bom coração. E esse ensinamento sobre a esperança, a bondade na natureza humana sobressaem no livro. É preciso se resgatar isso, para que possamos vislumbrar tempos melhores.
Após terminar a leitura, que fiz de um fôlego só, fiquei feliz com a sensação boa que o livro me despertou. Apenas estranhei a linguagem para um romance adulto, até ler a ficha bibliográfica (que a Cosac Naify traz no final do livro) e descobrir que era um livro Infanto-Juvenil.
Isso me bastou para eliminar o único senão (que nem chegou a ser um senão), e admirar ainda mais o trabalho de Rodrigo Lacerda, pois ele conseguiu