Favelas
Jovens do tráfico de drogas no Rio buscam poder, aventura e dinheiro, diz pesquisa
Instituto diz que mais de 15,6 mil menores de idade servem o tráfico na capital e na baixada
Camila Ruback, do R7, no Rio
Uma pesquisa realizada pelo Ibiss (Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social) em favelas do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense mostrou que os cerca de 15,6 mil menores de 18 anos que exercem atividades remuneradas para o tráfico de drogas estão em busca de status, aventura e dinheiro.
O presidente e fundador do Ibiss, o holandês Nanko Buuren, contou que durante os três meses em que o mapeamento foi realizado em 11 áreas de risco da região metropolitana, em 2008/2009, o que ele mais ouviu foi: "agora que tenho um fuzil todo mundo vai me respeitar".
- Esses meninos querem se tornar importantes de alguma forma e ter poder. Através do tráfico, eles passam a ser respeitados porque estão armados; vivem a adrenalina de tentar atirar em policiais, mesmo sem operação na favela; ganham dinheiro para ajudar a família; consomem drogas com mais facilidade; e ainda fazem sucesso com as mulheres.
Um dos menores que trabalham para o tráfico, mas também participa de atividades de recuperação realizadas por ONG's (Organizações Não Governamentais) contou à reportagem do R7 que é fácil ser aliciado pelo mundo das drogas.
- Quando a gente vai se tornando adolescente, começa a ter vaidade. Quer ser importante, ter roupa nova, tênis, cordão de ouro, mulher. Nossa realidade na favela é ser pobre e sofrer. Aí vem o tráfico de braços abertos e com todas as condições para o sonho acontecer. É muito difícil se segurar e é por isso que tem muita criança de sete, oito anos na fila para fazer algum serviço também.
O adolescente de 17 anos disse que entrou para o tráfico aos 11. Ele contou que até já trabalhou como ajudante de pedreiro, mas não conseguiu em um mês o que o tráfico lhe dava em duas semanas.
- Quem está de