Favela do Rio de Janeiro em 1993
30/08/2008 - 06:00 | Enviado por: Ana Paula Amorim
A Favela do Vigário Geral, subúrbio carioca, foi vítima de uma cena de terror e pânico, quando 21 moradores foram assassinados, sendo 13 homens, 6 mulheres e 2 adolescentes, por um grupo de 50 homens da Polícia Militar. A chacina aconteceu depois que quatro policiais militares foram mortos numa emboscada armada por traficantes da área no dia anterior.
Antes da matança, os assassinos destruíram orelhões e deixaram ruas às escuras, estourando lâmpadas a tiros de fuzil. As vítimas não tinham ficha na polícia. Encapuzados, os criminosos entraram a pé na favela, arrombaram casas e percorreram vielas, como se estivessem à procura de alguém. Em não mais de 30 minutos de ações simultâneas em cinco pontos da favela, os exterminadores fizeram o serviço e deixaram o local a pé. Num bar, onde o assunto era futebol, foram mortos oito homens. Numa casa morreu a família inteira. Com covardia suficiente para atacar gente desarmada, os assassinos não economizaram munição e gargalhavam enquanto escolhiam as vítimas. "Queremos beber sangue", gritavam os assassinos. A única divergência entre eles foi se executariam ou não um grupo de cinco crianças, de pouco mais de 1 mês a 10 anos de idade. "Fujam enquanto podem", gritou um dos assassinos, segundo testemunhas. As crianças escaparam. Revoltados, moradores interditaram o tráfego de carros e de trens no bairro, e impediram a entrada da polícia. Em nota oficial e pronunciamento na TV, o governador Brizola afirmou que o episódio estaria ligado a "uma inadmissível operação de vingança" que exigirá um "choque disciplinar" na PM. Para o cardeal arcebispo do Rio, Dom Eugênio Sales, o massacre é "mais um duro golpe na dignidade do Rio".
O marco de violência no Rio de Janeiro
Foi a maior chacina registrada na história da polícia fluminense. Dos 52 PMs denunciados pelo Ministério Público, apenas sete foram condenados, e dentre eles somente