Farmacologia
A cardiopatia isquêmica é decorrente de inadequado balanço entre oferta e consumo de oxigênio pelo miocárdio. É causada por situações de diminuída oferta de oxigênio (aterosclerose, trombose e espasmo coronariano) ou de excessivo consumo de oxigênio (miocardites e acentuada hipertrofia miocárdica). Delas, a predominante é aterosclerose coronariana, associada ou não a trombose. As entidades englobadas na cardiopatia isquêmica são angina estável, angina instável e infarto agudo do miocárdio. A intervenção sobre a história natural da cardiopatia isquêmica pode ser feita em três níveis. Primeiramente, é possível empregar fármacos ou outras medidas em indivíduos livres da doença – prevenção primária – com intuito de evitar sua ocorrência. Em segundo lugar, tratam-se manifestações de doença coronariana. E, por fim, tenta-se evitar recorrência dessas síndromes e morte por cardiopatia isquêmica – prevenção secundária.
Em prevenção primária, diminuem-se os fatores de risco coronariano, mediante medidas não-medicamentosas (dieta, atividade física regular, cessação do fumo) e medicamentosas. Dentre as últimas, figura o uso de ácido acetilsalicílico e hipocolesterolemiantes (estatinas).
Em pacientes com angina de peito objetiva-se aliviar sintomas, diminuir morbidade, especialmente ocorrência de infarto do miocárdio, e aumentar sobrevida. Terapias clínica e cirúrgica e angioplastia coronariana constituem alternativas disponíveis. O manejo clínico consiste em controlar fatores predisponentes e possíveis desencadeantes de crises, além de administrar fármacos antianginosos, efetivos em controle de sintomas e aumento da capacidade funcional. No entanto, seu impacto na sobrevida ainda não está claro. No controle de crises dolorosas, usa-se dinitrato de isossorbida por via sublingual. No tratamento de manutenção que objetiva prevenção de novas crises, usam-se nitratos por via oral, betabloqueadores ou antagonistas dos canais de