Farelo e caroço de algodão na alimentação animal: revisão de literatura
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a formulação de rações para monogástricos e ruminantes tem como alimentos tradicionalmente utilizados; o milho e o farelo de soja. Estes dois alimentos chegam a representar 90% do total de ingredientes das rações, constituindo grande
parte
dos
custos
relativos
à
alimentação
e,
consequentemente, dos custos totais de produção. Tais alimentos estão sujeitos a intensas oscilações de preço. Além disso, sabe-se que a produção de carne, principalmente a suína, tem um elevado grau de competição com o homem, chegando à indústria de alimentação animal a absorver mais de 60% do total da produção nacional de milho e de farelo de soja (BARBOSA e
GATTÁS, 2004).
Especialistas
apontam
a
presente
década
como
à
da
biomassa/bioenergia, criando-se um novo modelo de agricultura, não alimentar, responsável pela produção de matérias-primas energéticas renováveis, com potencial para substituir gradativamente o uso do petróleo (PEREIRA et al.,
2008 apud LIMA JR et al., 2011).
No âmbito da produção de oleaginosas, a utilização dos grãos como fonte de lipídeos (ácidos graxos) para produção do biodiesel tem apresentado um aumento significativo. Todavia, as transformações relacionadas à produção dessa fonte agroenergética são responsáveis pela geração de resíduos. As tortas e os farelos são os principais resíduos resultantes do processamento de grãos de oleaginosas pela indústria do biodiesel (LIMA JR, 2011).
O farelo de algodão (FA) é um subproduto derivado da cadeia produtiva do algodão e potencial ingrediente das dietas podendo ser usado como volumoso ou concentrado protéico dependendo do processamento a que é submetido (SANTOS et al., 2005). Este é obtido quando são utilizados processos químicos (solventes) e físicos (prensagem) para extração do óleo
(PAIM et al., 2010); representa mundialmente a segunda mais importante fonte proteica disponível para a alimentação animal,