Faraco - Linguística Histórica - Capítulo 3
Capítulo 3: As características da mudança.
No terceiro capítulo de seu livro “Linguística Histórica” Alberto Faraco discute as características das mudanças que a língua sofre ao longo do tempo, sob uma perspectiva teórica e científica. O capítulo está escrito em formato de texto acadêmico expositivo.
Segundo Faraco, a mudança se dá em todas as línguas, de forma ininterrupta, lenta, gradual, e imperceptível aos falantes. A única maneira de uma língua parar de mudar é deixando de ser falada, através do desaparecimento da sociedade que a fala, por aniquilamento ou assimilação completa, interrompendo seu fluxo histórico. A mudança não é imediata, existem longos períodos em que uma forma antiga e uma nova coexistem, até que apenas uma prevaleça. A justificativa mais comum para essa lentidão é o fato de que os falantes precisam de tempo para se adaptarem à mudança, para que a língua não perca sua função comunicativa.
Costuma-se dividir arbitrariamente a história das línguas em períodos, utilizando os séculos ou períodos históricos como referência. O português, por exemplo, é dividido em período arcaico e moderno. De acordo com Faraco tal divisão é feita com o objetivo de facilitar a pesquisa e análise da história da língua, facilitando assim a localização, comparação e contextualização dos momentos históricos da língua estudada.
O autor também afirma que a mudança linguística não acontece aleatoriamente, apresentando certa regularidade, ou seja, normalmente ela atinge de forma sistemática o mesmo elemento, nas mesmas condições, em quase todas as suas ocorrências. Mas isso não significa que ela seja produto apenas de fatores internos a língua, a questão social está profundamente ligada à mudança. Ele também diz que o linguista não deve analisar isoladamente uma mudança, mas fazer um encaixamento estrutural (relacionar uma mudança qualquer com outros elementos estruturais