fantasminha
A CRIANÇA E A PRÁTICA DE LEITURA EM PLUFT, O FANTASMINHA
OLIVEIRA, Sandra Cardoso
CARVALHO, Fabiana Castro
OLIVEIRA, Letícia Mendes de (Orientador)
O advento do século XXI cada vez mais nos lega e nos exige uma maior consciência sobre a necessidade de se pensar a criança como um sujeito autônomo e detentor de capacidades e habilidades específicas. Atividades como o jogo, a brincadeira, a dança, o esporte, a música, as artes plásticas e o teatro surgem como caminhos que auxiliam para o desenvolvimento global da criança através de um exercício livre, prazeroso e propedêutico. Relacionado a este ideal, percebemos que por vezes o chamando teatro infantil assume a função de somente atender uma demanda educativa, desprezando, antes, sua primeira intenção que seria a de convidar a criança a experimentar uma aventura estética e artística. Neste início de milênio não nos falta consciência de que quem produz teatro infantil o faz em atendimento à demanda escolar em detrimento de uma experiência estética. Aparecida Paiva no texto “Teatro para crianças e jovens”1 – afirma que – até a década de 40, o teatro infantil esteve sempre nas mãos de educadores. A partir dos anos 70, a imprensa e as instituições culturais do país começaram a se interessar por essa área. Maria Clara Machado apresenta-se como uma das raras exceções que desenvolve trabalhos dentro dessa perspectiva. A autora de Pluft, o fantasminha, corpus de nosso estudo, preocupou-se em representar o universo infantil, no qual a criança se configura como tema e conteúdo da peça, sendo ela fonte principal do texto. Nesta peça, a autora demonstrou através de sua linguagem dramática, que o teatro é capaz de orientar as crianças tanto do ponto de vista estético quanto do ponto de vista pedagógico, visando sempre desenvolver o aspecto lúdico. A origem da palavra lúdica, inclusive, deriva justamente do entendimento de jogo. Segundo Johan Huizinga:
“O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária,