Familia real
Pé no chão, Micael não se importa com o assédio que o persegue desde Malhação (2009) e que agora promete ser ainda maior. "Essa coisa do glamour não faz parte da minha vida. Está todo mundo me entrevistando, fotografando... Mas daqui a pouco eu estou ali no Vidigal, andando de moto, sem camisa, de chinelo, entende? Tem gente que pensa que não sou humano, que não boto lixo na rua", conta e ri: "Quero ver paparazzi ir lá me fotografar na laje empinando pipa!"
Apesar do jeito desencanado, Micael carrega uma consciência social que vem de berço."Faço parte do Nós do Morro (projeto social de cunho artístico) e temos uma ideologia: somos multiplicadores. Aprendemos, amadurecemos e passamos adiante", diz ele, que dá aula de teatro para crianças de 7 a 9 anos. "A gente leva arte para quem não tem acesso. Eles nos veem e tem esperança: 'ei, tem uma outra opção para mim!' Damos chance para que aquela criança não seja só mais uma encantada pela arma, pelo tráfico, como aconteceu com muitos amigos."
Você é perseverante como o Pedro?
Muito: temos atitude, não ligamos pra futilidades... Sou só mais brincalhão. Pedro se fecha no mundo dele para tentar descobrir o que aconteceu com o pai, que se suicidou. Ele era rico e, de uma hora para outra, perdeu tudo, mudou para o subúrbio, é bolsista na escola que antes podia pagar... Ele não entende o que aconteceu com a vida dele.
Você tinha um plano B, caso não desse certo como ator?
Poderia estar estudando ou trabalhando como entregador... Comecei no Nós do Morro com 6 anos e me apaixonei assim que pisei no palco. Meu primeiro filme foi