FALSAS ACUSAÇÕES DE ABUSO SEXUAL
A aceitação do abuso sexual infantil como um fenômeno real é relativamente recente. Deu-se na década de 1960, com o artigo do médico americano Henry Kempe, intitulado A Síndrome da Criança Espancada. Desde então, e nos cinco anos seguintes, muitos estados norte-americanos modificaram suas legislações, tornando obrigatório que os médicos e outros profissionais da área da saúde informassem às autoridades policiais da incidência de casos suspeitos. Na década de 1980, o tema da violência contra a criança e o adolescente passou a figurar com destaque na lista dos grandes problemas enfrentados pela Saúde Pública de vários países. Também foi a partir daí, com o natural horror que a divulgação desses verdadeiros abusos despertou nas sociedades civilizadas, que se verificaram os primeiros casos de falsas acusações de abuso sexual.
Richard Gardner, é o autor mais importante sobre o tema e o primeiro a descrevê-lo em um artigo intitulado Tendências Atuais em Litígios de Divórcio e Custódia. Segundo ele, após o divórcio, os filhos continuam amando seus pais de forma igual, não obstante a separação e o decorrer dos anos. Ele se questionou porque algumas crianças recusavam seus pais e percebeu que este sintoma surgia nos casos onde havia um impedidor. Analisou as crianças e descobriu que em todos os casos, as mesmas eram objeto de persuasão coerciva ou “lavagem cerebral”.
A partir de 1987 formou-se uma consciência social sobre o tema nos Estados Unidos. Outros psicólogos e psiquiatras, que trabalhavam com crianças e com famílias, chegaram às mesmas conclusões e identificaram os mesmos sintomas clínicos. Vários autores nomearam de formas diferentes o que Gardner chamou de Síndrome da Alienação Parental.
Alguns a denominaram Síndrome de Medéia (após a separação, os pais adotam a imagem do filho como uma extensão deles mesmos, perdendo a noção de que eles são seres completamente separados), outros definiram a Síndrome SAID (Sexual