falencia do sul brasileiro
"Um avião de dinheiro e não deu para pagar!", diz protagonista da maior crise bancária no RS
Depois de 28 anos, o empresário Péricles Druck fala pela primeira vez sobre a liquidação dos bancos Sulbrasileiro e Habitasul na década de 80
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Quase três décadas depois de ser tornar protagonista de uma das maiores crises bancárias da história, Druck convive com os quatro filhos e os cinco netos, à frente de um grupo com negócios em quatro Estados e 3,2 mil funcionáriosFoto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Maria Isabel Hammes bela.hammes@zerohora.com.br Às vezes, do céu ao inferno são apenas alguns passos. E a vida pode mudar rapidamente. Mesmo. Péricles de Freitas Druck era um dos empresários mais badalados do Estado na década de 1980. Frequentava altas rodas e tinha a confiança dos gaúchos. Seu banco, Habitasul, chegou a ter 1,6 milhão de cadernetas de poupança. Habitué de colunas sociais e alvo do noticiário econômico, enfrentou uma reviravolta em 1985 quando o sistema financeiro gaúcho quase quebrou – com ele como um dos protagonistas. Depois da intervenção no Sulbrasileiro, mais tarde estatizado e transformado no Meridional, quebraram também Habitasul, Maisonnave e instituições menores.
A crise foi tão grande que foi preciso que um avião aterrissasse no Salgado Filho carregado de dinheiro. Nem isso foi suficiente para fazer frente à corrida de poupadores e correntistas, temerosos de novas quebras.
Pela primeira vez em 28 anos, o advogado e jornalista porto-alegrense fala sobre detalhes do episódio que marcou a história econômica do Estado e o impediu de atuar no mercado financeiro por décadas e dos processos que sofreu.
No mesmo escritório de onde acompanhou a intervenção do Banco Central, com uma bela vista do Guaíba, no centro de Porto Alegre, concedeu longa entrevista a ZH, dividida em dois dias. Conta que 1985 ainda lhe reservaria uma dor maior, impensável para