“A ética hoje”, o autor cita o livro Minima Moralia de Theodor Adorno e as observações de Marx sobre religião, formulando o paradoxo que a ética tem como eixo central o bem comum, entretanto nos nossos dias e, cada vez mais, a ética é individualista e privada. Expõe que, conforme pensamento de Kant a preocupação moral tem como âmago a consciência moral individual, entretanto Hegel afirmava que a liberdade ocorre eticamente nas instituições principais do ser humano: a família, sociedade civil e Estado. Na análise dos problemas éticos que ocorrem no contexto da família, o autor nos fala sobre a possessividade e o egoísmo contidos na exigência de fidelidade do amor entre seres humanos em relações heterossexuais e homossexuais. Cita, que nas relações entre pais e filhos, surgiram novos atores de caráter imperativo, quer seja no campo institucional e oficial, como exemplo a participação da escola na vida dos filhos, como também, no campo informal, porém com forte dosagem de influência comportamental, como os meios de comunicação. Menciona sobre a reflexão de mudanças nas relações entre seres humanos, face a dominação de minorias sociais, citando, por exemplo como exigência ética, a libertação da mulher num mundo de predominância masculina. Em relação à sociedade civil, cita problemas históricos e estruturais , tais como, falta de trabalho, subemprego, desemprego, formas dissimuladas de exploração de trabalho, bem como, os problemas estruturais gerados pela distribuição imoral do privilégio à propriedade, constatando que nos dias atuais, as doutrinas éticas reconhecem a propriedade particular, além de acumulação de riqueza e poupança, mas, principalmente, pelo seu caráter de realização humana e segurança do ator sujeito ou do seu grupo familiar. Cita, também, que a ética contemporânea analisa o comportamento ético de todo o sistema econômico, composto de consciências individuais e das estruturas institucionalizadas. Em relação ao Estado, cita que a ética política