Cristalização A cristalização dos materiais em qualquer um dos sistemas cristalinos, verificada na passagem do estado líquido para o sólido, pode resultar em estruturas monocristalinas (um único cristal) ou policristalinas (inúmeros cristais individuais, ou grãos, com variada intensidade de agregação). A obtenção de monocristais, de grande aplicação no setor eletro-eletrônico, só é possível com técnicas especiais de solidificação, onde a cristalização ocorre lentamente, com um controle apurado dos parâmetros físico-químicos relacionados. A formação desses cristais, em uma ou outra estrutura, depende essencialmente do nível de controle desses parâmetros, dentre os quais podemos citar a temperatura e pressão do sistema, a sua velocidade de resfriamento, o teor de impurezas (átomos estranhos), sólidas ou não, e a presença de outras interfaces sólido-líquido, como as próprias paredes do molde que contenha o líquido. - Energias associadas No resfriamento de um material qualquer, desde o seu estado líquido, as suas partículas, que antes podiam “rolar” umas sobre as outras, vão gradativamente perdendo a sua fluidez, aglomerando-se e assim configurando um arranjo típico do estado sólido. Nesse novo arranjo, elas passam a vibrar em frequências mais baixas, adquirindo uma distância média de equilíbrio entre si, dependendo do tipo de estrutura resultante. Com o abaixamento da temperatura, as energias superficiais associadas às impurezas e demais interfaces referidas, que estejam em contato com as partículas líquidas do material, constituem uma quantidade extra de energia (energia de ativação) necessária para a transformação de fase dessas partículas, do líquido para o sólido. - Microestruturas Nos processos industriais mais comuns de solidificação (vide figura abaixo), devido às altas velocidades de resfriamento, o teor considerável de impurezas e a presença das paredes do próprio molde (além de uma superfície livre no líquido), a cristalização ocorre normalmente em muitos