Exposição ocupacional à sílica no Brasil
Fátima Sueli Neto Ribeiro1,2,3
Eduardo Algranti4
Esther Archer de Camargo5
Victor Wünsch Filho3
1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – fatsue@uerj.br
Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro – fatsue@uol.com.br
3
Universidade de São Paulo/ Depto Epidemiologia – wunsch@usp.br
4
Fundacentro – São Paulo – eduardo@fundacentro.gov.br
5
Universidade Federal de São Paulo/ Depto Enfermagem- e.archer@terra.com.br
2
RESUMO
Introdução. A exposição à sílica associa-se à silicose e ao câncer de pulmão. Sua abundância na crosta terrestre e a intensa utilização em diversos processos de trabalho fazem com que a exposição ocorra em diversas ocupações, bem como no ambiente de entorno de sítios de exposição ocupacional. Desta forma, configura-se num problema de saúde pública, em especial no campo da saúde do trabalhador e do meio ambiente. Este trabalho visa estimar o número de trabalhadores expostos à sílica no Brasil e identificar as atividades econômicas mais importantes, propiciando assim informações adequadas para a implantação de medidas efetivas de prevenção. Métodos. Construiu-se uma Matriz de Exposição
Ocupacional, considerando-se a atividade econômica e a ocupação, desenvolvida por codificadores especializados e utilizando dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Para mensuração do número de expostos considerou-se a média entre os anos 1999/2000, buscando-se minimizar o viés de informação com a avaliação em apenas um ponto histórico. Resultados. No período estudado
34.066.789 trabalhadores estavam formalmente ocupados no Brasil. Destes, 1.815.953 (5%) estavam expostos à sílica em mais de 30% da jornada semanal de trabalho. Assumindo-se exposições entre 1% e
30% da jornada semanal, o número de expostos aumenta para 4.861.423 (14%) trabalhadores ocupados no mercado formal. Estes valores são maiores do que os Estados Unidos ou países da Europa, onde estimativas comparáveis