Expandir sem democratizar
Lucas Alberto Essilamo Nerua* Andréa Borges Leão **
Edgar Manuel Bernardo***1
Resumo
Este artigo visa refletir em torno do modelo de expansão da educação superior em Moçambique nos últimos dez anos (2004-2014). Buscamos no mesmo, demonstrar que se forja no país desde a última década, um modelo de expansão de educação superior marcado pelo crescente predomínio de interesses privado/mercantis, que desafiam a regulação estatal de caráter pública e nos levam a questionar o mito de que, o crescimento e expansão da educação superior em Moçambique sejam sinônimos de democratização do acesso ao ensino superior para todos os moçambicanos, independentemente do seu extrato social e econômico.
Para refletir sobre os dados estatísticos do ensino superior em Moçambique (no que concerne ao número de instituições de ensino superior, públicas e privados e número de matriculados em cada uma delas), usaremos categorias analíticas como de expansão e democratização trazida por Alfredo de Sousa (1996), de educação/mercadoria e mercadoria/educação referenciadas por Valdemar Sguissardi (2008) e por último mostraremos como este modelo de expansão interfere e destorce as funções da universidade mencionadas por Anísio Teixeira (1969; 1998), e enfatiza a predominância de um modelo mercantil de fins lucrativo no mercado educacional nacional, que torna a democratização do acesso ao ensino superior um mito bem distante de acontecer na vida das populações excluídas e vulneráveis da sociedade moçambicana.
Palavras Chave: Expansão e democratização da educação superior. Educação/ mercadoria. Mercadoria/educação. Modelo privado/mercantil da educação superior.
Expand without democratize: the expanding private/commercial education to the myth of democratization of access to higher education in Mozambique.
ABSTRACT
This article aims to reflect about the