Existencialismo
“Por outro lado, acusaram-nos [os existencialistas] de enfatizar a ignomínia humana, de sublinhar o sórdido, o equívoco, o viscoso, e de negligenciar certo número de belezas radiosas, o lado luminoso da natureza humana; por exemplo, segundo a senhorita Mercier, crítica católica, esquecemos o sorriso da criança.”
“Na perspectiva cristã, [os existencialistas] somos acusados de negar a realidade e a seriedade dos empreendimentos humanos, já que, suprimindo os mandamentos de Deus e os valores inscritos na eternidade, resta apenas a pura gratuidade; cada qual pode fazer o que quiser, sendo incapaz, a partir de seu ponto de vista, de condenar os pontos de vista e os atos alheios.”
“Tais são as várias acusações a que procuro hoje responder e a razão que me levou a intitular esta pequena exposição de 'O existencialismo é um humanismo'.”
“O que eles [os existencialistas] tem em comum é simplesmente o fato de todos considerarem que a existência precede a essência, ou, se se preferir, que é necessário partir da subjetividade.”
“Consideremos um objeto fabricado, como, por exemplo, um livro ou um corta-papel; esse objeto foi fabricado por um artífice que se inspirou num conceito; tinha, como referenciais, o conceito de corta-papel assim como determinada técnica de produção, que faz parte do conceito e que, no fundo, é uma receita. (…). Podemos assim afirmar que, no caso do corta-papel, a essência – ou seja, o conjunto de técnicas e das qualidades que permitem a sua produção e definição – precede a