exilados brasileiros
Salomé Girard LEA Amériques 6.4
O ano de 2014 assinala os 50 anos do golpe civil-militar que ocorreu no Brasil, em 1964.
Teve como objetivo a destituição do então Presidente João Goulart (1961-1964). A 1 de Abril, os militares assumiram o poder durante 21 anos. Nessa segunda metade do seculo XX, milhares de pessoas foram presas, torturadas e forçadas a deixar o país pelas suas posições contrárias ao governo autoritário que dirigia o pais com o lema : Brasil, ame-o ou deixe-o. Muitos brasileiros deixaram o país e foram principalmente em direção à Europa. A repressão instaurada obrigava aqueles que se opunham a buscar refúgio no exterior. Este trabalho pretende contribuir para a compreensão do exílio no Brasil, que não é tão conhecido como o do Chile ou da Argentina. Numa primeira parte, serão explicadas as diversas concepções do exílio. A segunda parte terá como enfoque a Lei da Amnistia juntamente com o papel que tiveram as mulheres.
Por definição, o exílio é um fenómeno político que, ao contrário da migração, é uma experiência decorrente de conflitos políticos entre o exilado e o governo do seu país. É uma forma de repressão, semelhante às prisões e aos assassinatos, destinada a fazer com que os elementos subversivos se afastem voluntariamente ou não. Para alguns, o exílio foi uma obrigação e para outros, uma escolha. Porém, ainda que saiam voluntariamente, houve uma grande pressão que os forçou a isso. Além da posição que tinha o exilado numa terra e cultura desconhecidas, ele tinha que lidar com instabilidades emocionais, já que o exílio é uma experiência subjetiva em que o exilado enfrenta diversos sentimentos como a saudade, a incerteza, a insegurança e a solidão.
Além do mais, as legislações internacionais consideram o exilado como um refugiado. O refugiado é então protegido pelo estado do país de acolhimento por ser determinado como alguém que teme ser perguido pelas suas opiniões