exercicio historia dalingua
“ O tecido textual de A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, ao ser elaborado a partir das recordações da personagem de Eva Lopo, sobre fatos vividos em Moçambique, há vinte anos atrás –considerando-se o tempo da matéria textual – torna-se um texto de memória, um texto em que os olhos do narrador se voltam para o passado na tentativa de reconstruí-lo para resgata-lo.”( Maia, Rita Maria de Abreu, A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge).
A costa dos murmúrios tem como tema a guerra colonial portuguesa, contada pelas linhas da memória de Evita, uma jovem recém-casada que acompanha o noivo à
Moçambique, onde ele deve cumprir serviço militar. Quando Luís, o noivo, parte para uma operação, Evita fica sozinha no hotel Stella Maris, hotel onde que as mulheres e crianças participam do conflito indiretamente. O livro se divide em duas partes: o conto” os gafanhotos” e o romance propriamente dito, mas a todo tempo a narradora faz referências à primeira parte, numa superposição de planos – presente e passado – e de espaços – o da guerra colonial e o do pós-guerra.
“Os gafanhotos” é o relato em que começa o romance, narrando em forma de conto, os acontecimentos de vinte anos atrás.
Na segunda parte do livro, Eva Lopo, a mulher amadurecida, reconstrói as memórias que se esfumaçaram, mas nunca desapareceram há vinte anos.
Em A costa dos murmúrios a narrativa segue uma linha de cunho psicológico. Pois Eva Lopo, é ao mesmo tempo personagem e narradora.
Todos os fatos narrados em “Os gafanhotos voltam para serem recontados e dissecados pela fala crítica e autocrítica de Eva; autocrítica tão profundamente fixada na frase que se repete muitas vezes nas cenas mais chocantes de sua rememoração: “Evita era eu”.
Na narrativa a autora rompe com a tradição do texto memoria que é trazer para o presente o passado intacto, a autora através de Eva lopo constrói o