Exclusão causada pela copa 2014
Por: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
Publicado em 30/07/2011, 15:40
Última atualização em 01/08/2011, 13:14
Tweet As denúncias contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e a cúpula da Fifa aumentaram ainda mais a desconfiança em relação ao Mundial de 2014 (Foto: Levi Bianco/News Free/Folhapress)
São Paulo – Militantes de movimentos sociais e moradores da região de Itaquera, zona leste de São Paulo, protestaram neste sábado (30) contra o uso de recursos públicos em obras da Copa de 2014. A manifestação ocorreu em frente à estação Corinthians-Itaquera do Metrô. “Somos contra o repasse de recursos públicos para obra privada”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador estadual do Centro de Movimentos Sociais e integrante do Comitê Popular da Copa.
“Vamos ter mais ou menos R$ 900 milhões investidos nessa obra e quase todo o valor vindo de recursos públicos. Quanto a empresa Corinthians vai investir?”, questiona o ativista. Em 2007, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, havia assegurado que não seria necessário haver verbas do Estado em um torneio organizado por sua entidade, privada.
O estádio Itaquerão, no entanto, veio se transformando no exemplo mais consolidado de mudança na postura. A construção, feita por Odebrecht e Corinthians, terá em torno de R$ 400 milhões em empréstimos do BNDES, o banco federal de fomento ao desenvolvimento, R$ 420 milhões em renúncia fiscal da prefeitura de São Paulo e outros R$ 70 milhões do governo estadual apenas para a partida de abertura.
Apesar do tempo fechado e de garoa em parte da manhã, a manifestação reuniu 300 pessoas. Os moradores alegam que a construção do Itaquerão, futuro estádio do Corinthians, mal começou, mas já causa exclusão social e especulação imobiliária na região. O metro quadrado no bairro pulou de R$ 80 para R$ 250, diz Antonio Timóteo de Andrade, há 30 anos em Itaquera.