Exame
Terceiro maior laboratório de análises clínicas do Brasil, Hermes Pardini vive um dilema: se rende ao assédio dos concorrentes ou tenta continuar crescendo sozinho? Marianna Aragão
Departamento de Imagens do laboratório Hermes Pardini
Em meio à lógica simples e implacável que rege a lei das selvas dos mercados em rápida consolidação, só há duas saídas óbvias para os negócios: ser comprador ou vendedor. Em meio ao fogo cruzado dos laboratórios de diagnóstico, com a líder Dasa e o vice-líder Fleury realizando 33 aquisições nos últimos cinco anos, o mineiro Hermes Pardini tenta se manter como uma exceção à regra. Terceira maior do setor, com receitas de 400 milhões de reais em 2010, a companhia nunca fez aquisições ao longo de seus 51 anos de existência. E, pelo menos até agora, vem resistindo ao assédio cada vez maior das líderes. O apetite das concorrentes ganhou força após a união realizada em setembro entre a Dasa e a rede de laboratórios carioca MD1, do empresário Edson Bueno, até então a terceira maior do setor — um movimento que
imediatamente transformou o Pardini na “bola da vez”. “Toda semana alguém nos procura”, afirma Victor Pardini, presidente do conselho de administração e um dos três filhos do fundador, Hermes. Procurados por EXAME, os representantes da Dasa informaram que não comentam rumores. O Fleury negou que esteja negociando a compra da companhia. Para continuar a crescer sob o peso de concorrentes cada vez maiores, o Hermes Pardini se apoia num modelo em que é pioneiro no país — a prestação de serviços de análise para terceiros. Há hoje cerca de 5 200 laboratórios espalhados pelo Brasil, sendo que os maiores faturam algo como 50 milhões de reais por ano. Em vez de investir seu caixa comprando alguns dos pequenos concorrentes, o laboratório mineiro optou por ganhar escala ao atendê-los. Com 5 000 clientes em todos os estados, o Pardini se tornou líder no segmento de diagnóstico terceirizado. Em 2010, a atividade