exame fisico
A inspeção continua sendo uma técnica indispensável, não só pelo que pode fornecer no exame do coração, mas também pela visão de conjunto que propicia sobre o paciente, mais do que qualquer outro método. Porém é preciso se ter consciência de que inspecionar não é a mesma coisa que olhar. Inspecionar é apenas um recurso semiotécnico, enquanto olhar é um componente da relação entre duas pessoas.A palpação do pulso radial tem dois significados independentes. O primeiro é sua capacidade de mostrar alterações do ritmo, da freqüência cardíaca, as características da onda de pulso e da parede arterial. O outro significado é o de ato simbólico do contato físico com o paciente. Em geral, é pela palpação do pulso radial que fazemos o primeiro contato físico com o paciente. Neste momento não se deve perder a oportunidade de avaliar as mãos do paciente. Mãos trêmulas, frias e sudorentas expressam ansiedade, cujo reconhecimento é sempre importante no momento de tomar decisões e anunciá-las ao paciente. Além disso, o ato de “tocar” o paciente pode representar uma real aproximação entre o médico e o paciente e um sinal de apoio em um momento de fragilidade e receios.É de fundamental importância compreender e valorizar o significado psicológico do exame físico. O componente afetivo, embora mais nítido e evidente na anamnese, visível na maneira de o paciente falar, em nossos gestos e atitudes, também está presente no exame físico e precisa ser mais bem reconhecido, porque pode transformar-se num dos fatores de fortalecimento da relação médico-paciente.Para o paciente, as técnicas que usamos para identificar alterações anatômicas ou funcionais – inspeção, palpação, percussão e ausculta – contêm em si outro componente, muitas vezes esquecido ou desprezado pelo médico. Constitui o “outro lado” do exame físico. Assim, na inspeção está incluso o ato de olhar; na palpação e na percussão, o de tocar e na ausculta, o de ouvir. É necessário compreender que inspecionar e olhar