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1327 palavras 6 páginas
A Bolsa, onde tudo faz sentido.

Paul Lagneau-Ymonet, Angelo Riva

Situada na confluência da racionalidade estatal com as lógicas de mercado, a Bolsa é, ao mesmo tempo, um lugar, um dispositivo de troca e um espaço social. No início, era o local de reunião e principal círculo de encontro de particulares, pessoas de negócios, intermediários legais e astutos. O acesso à Bolsa, em geral um edifício de prestígio distinguido em meio à paisagem urbana, foi por muito tempo objeto de conflito entre esses ocupantes. Ter um lugar garantido onde se realizavam as trocas comerciais era a melhor maneira de ter acesso a benefícios. O desenvolvimento das telecomunicações e da informática a partir da década de 1980 fez com que se especulasse sobre o fim da dimensão geográfica das atividades da Bolsa. Contudo, a localização desses estabelecimentos não se modificou na mesma medida que o progresso da técnica permitia imaginar. Ao contrário, suas atividades se concentraram ainda mais em algumas metrópoles, em estado de concorrência intensa e contínua: Londres, Paris, Frankfurt, Zurique e Genebra, na Europa; Nova York e Chicago, nos Estados Unidos; Tóquio, Hong Kong, Xangai e Cingapura, na Ásia Oriental. Instituições financeiras públicas e privadas, tanto concorrentes como complementares, se concentram nesse espaço que reúne mão de obra altamente especializada. A concentração física favorece o intercâmbio de informação cujo valor não se reduz ao seu conteúdo: nos negócios, a forma de trocar informação é tão importante quanto a própria informação, porque condiciona seu valor efêmero e seus usos possíveis. Enquanto as maiores instituições financeiras do mundo (bancos, fundos de investimentos, fundos especulativos) utilizam computadores e algoritmos cada vez mais poderosos e rápidos, as Bolsas se esforçam para manter seus servidores de informática o mais próximo possível de seus melhores clientes. Dessa forma, a Bolsa de Paris decidiu transferir seus computadores para a

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