Evolução Tecnológica e seu impacto nas relações do trabalho
José Pastore
Trabalho apresentado no Ciclo de Estudos de Direito do Trabalho, Angra dos Reis (Rio de Janeiro), 28 de maio de 2005.
As tecnologias e a Velocidade da História
Há momentos em que a história corre mais depressa. Estamos em um deles. As mudanças tecnológicas têm sido meteóricas. Na década de 70, uma inovação industrial durava, em média, dois anos. Na década de 80 passou a durar apenas um ano. Depois disso tornava-se obsoleta ou era apropriada por grande parte dos concorrentes. Na década de 90, a duração passou para apenas seis meses.
Hoje em dia, há inovações que duram apenas algumas semanas ou menos do que isso. Os processadores de texto, por exemplo, mudam mês a mês. Um CDB atraente lançado por um banco pela manhã, pode se tornar obsoleto em face de outro CDB lançado por seu concorrente no fim do dia. Na manhã seguinte, o primeiro banco terá de mudar seu produto.
Não é a primeira vez que a história corre mais depressa. James Watt, em 1780, ao inventar um motor a vapor deu um enorme impulso nas indústrias têxtil e metalúrgica e acelerou sobremaneira a Revolução Industrial. Michael Faraday, em 1832, ao inventar o motor elétrico, proporcionou uma fantástica arrancada na automação da produção industrial. Samuel Morse ao inventar o telégrafo em 1838 fez a transmissão das informações saltar da velocidade de um cavalo ou de um navio para a velocidade da luz. Incorporado nas estradas de ferro, o telegrafo deu ao transporte ferroviário um grande impulso, permitindo a interiorização das indústrias. Nesses três exemplos, a velocidade da história disparou.
De um modo geral, as inovações tecnológicas sempre provocaram reações negativas por parte dos catastrofistas que nunca perderam a oportunidade para anunciar o fim do emprego. Os "luddistas" (em alusão ao mitológico Rei Ludd que combatia os opressores) chegaram a quebrar as máquinas, por eles batizadas como obras de Satanás e vistas como