Evolução do Conhecimento da Sociedade - Teologia
Após a desagregação do Império Romano, a Europa se viu enfraquecida e reclusa diante das constantes invasões bárbaras e muçulmanas. O comércio fora interrompido, e os europeus não tiveram opção se não criar um cerco em torno de si. Não havia instituição, ou qualquer poder emergente capaz de substituir o Império Romano, restando para a Igreja Católica o posto de poder “supranacional”. Sendo a instituição mais bem organizada da época, a Igreja alterou costumes e crenças, e criou um “monopólio do conhecimento”, passando a ser detentora de livros e obras de arte. Sem o comércio, cria-se o apego ao campo e à fé. E a hierarquia social, tendo em seu topo a nobreza e o clero (os que guerreiam e os que rezam), era rígida e estável, como os cosmos. A fé torna-se a ciência mais exata, e explica tudo o que pede uma observação mais precisa. A Igreja toma posse de antigos valores gregos e romanos, e os reinterpreta de acordo com o cristianismo. Tudo o que pode ser explicado pela fé, é verdadeiro e válido. O resto é inverossímil. Prova disso é a teoria geocêntrica astronômica de Aristóteles: Segundo a teoria, a Terra é o centro do universo, imóvel e parte de uma dimensão imperfeita, composta por água, terra, fogo e ar. E a segunda dimensão, a supralunar, seria perfeita, e composta por um elemento perfeito. Assim, há uma compatibilidade visível entre a teoria e a fé cristã. A ideia de um Deus infinito, criador de um universo finito, e a presença de uma dimensão perfeita (céu, paraíso), fizeram com que a teoria fosse assimilada. Quando a Europa precisou de um poder, ou melhor, de um guia, a Igreja Católica tomou esse posto para si. A Teologia é apenas um espelho daquela época: os homens precisavam se reerguer, precisavam de novas explicações para novas perguntas, e o interesse da Igreja em ascender na hierarquia social formaram a cultura, os costumes e as ideologias durante a Idade Média.