Evita peron
Quase todo o meu labor social se processa na Secretaria de Trabalho e Previdência, de que ocupo um pequeno setor. Atendo ao expediente no mesmo gabinete que ocupou o general Perón, de 1943 a 1945. Tudo isso tem um significado especial. Muito embora a Constituição Justicialista tenha convertido a Secretaria em Ministério, o operariado argentino continua a chamá-la, como nos tempos do Coronel, de “Secretaria”. Eu própria nunca a chamo de outra maneira. Esse pequeno detalhe revela que o povo sente ali, viva e fresca, a presença de Perón. Foi ali que pela primeira vez se desposou com o povo sua personalidade vigorosa de condutor de homens. Foi ali que convenceu seus primeiros discípulos. Ali que gozou dos primeiros êxitos. Ali, ainda, que se firmou na decisão irrevogável de servir o povo com todas as suas energias e acima de qualquer sacrifício! Para todos nós, ele está ainda presente na velha “Secretaria”, como nos tempos de suas primeiras lutas. Fui para a Secretaria de Trabalho por várias razões: primeiro, porque nela me seria mais fácil comungar com o povo nos seus problemas; depois, porque o titular da pasta é um velho trabalhador, com quem, como tal, “Evita” se poderia entender francamente e sem grandes circunlóquios burocráticos; e, finalmente, porque ali seriam concedidos, como foram os elementos necessários a minha tarefa. Recebo na Secretaria os trabalhadores, os humildes, os que me procuram por qualquer problema pessoal ou coletivo. Os funcionários da casa colaboram comigo na solução dos problemas sindicais, colhendo os dados necessários, examinando-os em si mesmos e à luz de suas possíveis repercussões econômicas e sociais... ... Quanto à minha tarefa de ajuda social, cumpro-as também na Secretaria, conquanto já nesse aspecto o pessoal lotado na casa se restrinja a diligenciar os detalhes relacionados com os pedidos de audiências. No tocante aos problemas do movimento