Eutrofização
LINHA
LIMNOLOGIA Gestão inadequada ameaça reservas de água do semi-árido brasileiro
Águas potiguares: oásis ameaçados
Estudos realizados nos principais reservatórios da região semi-árida do Rio Grande do Norte revelaram sérios problemas de qualidade de água, incluindo a contaminação por metais pesados. Em função do intenso processo de acúmulo de nutrientes, ocorrem freqüentes proliferações de cianobactérias tóxicas em alguns desses reservatórios, o que compromete o uso da água no abastecimento humano. Os resultados desses estudos indicam que a gestão inadequada de recursos hídricos pode ser o principal entrave para a conservação e uso sustentável dos mananciais disponíveis no semi-árido brasileiro.
Por Eneida M. Eskinazi-Sant’Anna, Renata de F. Panosso, José Luiz de Attayde, Ivaneide A. Soares Costa,
Claudenice M. Santos e Magnólia F. F. Araújo (do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN) e Josette Lourdes de Sousa Melo (do Centro de Tecnologia da UFRN).
O
semi-árido brasileiro abrange uma área de
974.752 km2, dos quais 86,5% ficam no Nordeste (a maior parte de todos os estados da região:
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e outros 13,5% estão no Sudeste (11% em uma faixa ao norte de Minas Gerais e 2,5% também ao norte do Espírito Santo). As características ambientais marcantes do semi-árido são solos pobres e rasos, cobertos pela
0,40
Fósforo total (mg/l)
0,35
0,30
caatinga (vegetação formada por espécies que apresentam variadas adaptações à seca). Os rios, em sua maioria, são intermitentes; as chuvas, irregulares, concentram-se em poucos meses do ano; e a evapotranspiração (transpiração somada à evaporação) é elevada. Nesse contexto, a água de boa qualidade é escassa e representa um patrimônio natural de imenso valor socioeconômico.
Em 2002, foi iniciado um diagnóstico ambiental dos principais reservatórios localizados na região do