Europa dos parlamentos: sociedade e poder politico
[As províncias unidas nasceram da revolta dos países baixos do norte, sob domínio espanhol, no reinado de Filipe II. Em 1579, em Utrecht, sete províncias, Zelândia, Holanda, Utrecht, Frísia, Groning, Guekdre e Overjssel, assinaram um tratado que as unificava, a União de Utrecht, aliança considerada como o momento da fundação da república das províncias unidas. (o conflito com a Espanha em (1581) prolongou-se (não obstante o pedido das tréguas das 12 anos) e a paz só surgiu em 1648, data em que a independência das províncias unidas foi reconhecida no Tratado de Münster).
As províncias unidas beneficiaram de uma localização geográfica privilegiada, uma vez que se situavam no cruzamento de rotas comerciais internacionais, em que as cidades costeiras se constituíam como um centro onde fluíam mercadorias, tanto do Norte, como do sul da Europa. As provinciais unidas durante o sec. XVII, alcançaram uma notável prosperidade, tornando-se numa das principais potências comerciais europeias, deslocando o eixo do comércio do sul, nomeadamente de Portugal e Espanha, para norte da Europa].
Nas províncias unidas, cada cidade dispunha de um poder municipal, independente, e os seus delegados burgueses, juntamente com representantes da nobreza, formavam os estados provinciais (assembleias) que votavam as leis de cada província. As cidades tinham tribunais próprios e os notáveis escolhiam os seus “regentes”, uma elite política que administrava cada cidade e que era detentora de um poder quase ilimitado, no plano fiscal, judicial e ainda no âmbito da actividade económica local. A nível local e provincial, o poder era exercido, então, por um grupo restrito de ricas famílias burguesas que partilhavam entre si os vários poderes (legislativos, executivos e judicial), através de acordos que garantiam a rotatividade dos cargos nesse grupo social.
No entanto, não se pode supor que o seu governo visasse